domingo, 6 de março de 2011

Écran meu, écran meu, haverá alguém mais bonito que eu?

Dizia-me um amigo a semana passada que amigos virtuais não são muito a onda dele. Nem a dele, nem a minha, adianto eu.

Este comentário fez-me lembrar uma crónica que li na revista Tabu, de Luís Filipe Borges, que dizia qualquer coisa do género (estupidamente deitei a revista fora) - numa sociedade tão ligada às novas tecnologias, as pessoas conhecem-se através destas. Quando chego a hora do encontro, é como se não restasse nada mais que o efeito perverso do Vitinho 'está na hora da caminha..'

Este efeito perverso ficou-me marcado na memória. Quantas pessoas não se esconderão atrás de um écran, porque é mais fácil e dói menos, quando as coisas não correm bem? Sei de casos de pessoas que se conheceram através da Internet e que conseguiram dar o salto para o mundo real, tendo relações felizes, mas parece-me que são uma excepção, num mundo em que as pessoas querem tudo e não oferecem nada. E já nem falo dos casos em que crimes são praticados neste âmbito.

Eu, que sou terrivelmente tímida (característica que alio a ser extraordinariamente extrovertida quanto tenho confiança com as pessoas, vá-se lá perceber a contradição), seria incapaz de me esconder atrás de um écran para conhecer pessoas.

Nada substitui a campanha de marketing pessoal, que é estar sentado@ num bar/café/esplanada/o que quer que seja, mesmo que plena de silêncios incómodos ou sorrisos enigmáticos, que nada mais significam do que 'o que estará ele(a) a pensar de mim?', e a tentar demonstrar o nosso melhor e minimizar o pior (para isso, existirá tempo posteriormente).

Eu sei que as pessoas hoje em dia têm cada vez menos tempo livre (estar disposto a arranjar disponibilidade já é outra questão), mas chamem-me velha guarda, conservadora, o que quiserem mas encontros e relações são para serem realizados cara a cara. Pode magoar, pode doer mas também pode correr bem. Como se costuma dizer, o 'não' está sempre garantido.

Rustyboobz

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